domingo, 27 de dezembro de 2009

Gildo de Freitas - Saudade de Minha Terra

Quero ir na minha terra, quero matar a saudade
Quero ver o que eu não, vejo aqui dentro da cidade
Quero demorar bastante, ficar lá o mês inteiro
Quero fazer toda lida que, eu fazia de primeiro
Quero domar potro xucro, que a muito tempo eu não domo
Tomar um mate a meu gosto, que há muito tempo eu não tomo

"Comer as frutas silvestres da mata da estância
Plantadas por mão do mestre que comi na minha infância
Eu quero fazer de tudo se der certo o que desejo
Eu quero encerrar as vacas tirar leite fazer queijo
Fazer um laço de doze se esparramar no espaço
E serrar nas guampas do bicho pra mostrar que braço é braço"

Quero camperiar bastante, num lombo de bons cavalos
Carpir bastante de enxada, para as mãos criarem calos
Arrastar pipa de água, na chincha do meu petiço
Para lembrar minha infância, e o meu primeiro serviço
Quero arranjar um gaiteiro, e fazer um baile animado
Pra provar que eu sou herdeiro, da herança do passado

Lavrar a terra sem trator, pegar no rabo do arado
Pra o bem da musculatura, cortar lenha de machado
E levar um retratista, pra bater fotografia
E provar pros meus amigos, de tudo que eu lá fazia
Vou fazer acreditar, quem nunca me acreditou
E outros ficarão sabendo, que eu era e quem eu sou

Compositor: Gildo de Freitas
Álbum: Gildo de Freitas-Participação Especial dos Taytas
Ano: 1976

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Canção do Exílio

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."

De Gonçalves Dias
Em Coimbra, julho de 1843

Hino Rio-Grandense

Como aurora precursora
Do farol da divindade
Foi o vinte de setembro
O precursor da liberdade

Refrão:
Mostremos valor constância
Nesta ímpia injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra
De modelo a toda terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra

*

Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo

Refrão

*Trecho suprimido:
Entre nós, revive Atenas
para assombro dos tiranos
Sejamos gregos na glória
e na virtude, romanos

Obs: Em 1966, durante o Regime Militar
a segunda estrofe foi retirada oficialmente.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Sem Diploma

Bendito aquele que estuda
porque estudar é importante,
embora o ignorante
tem sempre um santo que ajuda,
às vezes a sorte muda,
quando existe um santo forte,
cada qual procura um norte,
por isso não encabulo
- que a tava que bota culo
é a mesma que bota sorte!

Meu tetravô foi fronteiro,
meu bisavô domador,
o meu avô - alambrador
e o meu pai foi carreteiro;
a mim não sobrou dinheiro
pra cursar a faculdade,
mas tive a felicidade
graças ao nosso senhor
e me tornei payador
pra guardar a identidade!

O estudo é muito bonito
e até muito necessário,
mas este cantor primário,
cruzando o pago infinito,
continua - a trotezito,
mesmo sem ser diplomado
e me sinto conformado,
o que é meu - ninguém me toma,
pois duvido que um diploma
torne um burro advogado!

Como é lindo colar grau
num salão de faculdade,
embora essa qualidade
não transforme o bom em mau,
o Jayme Caetano Braun,
dessa linha não se afasta,
a inspiração não se gasta
nem me torna mais cruel,
eu conquistei um anel
o de gaúcho - e me basta!

Autoria: Jayme Caetano Braun

Que diacho! Eu gostava do meu cusco

Entendo. Envelheci entendendo.
Bicho não tem alma, eu sei bem,
mas será que vivente tem?

Que diacho! Eu gostava do meu cusco.
Era uma guaipeca amarelo,
baixinho, de perna torta,
que me seguiu num domingo,
de volta de umas carreira.

Eu andava meio abichornado,
bebendo mais que o costume,
essas coisa de rabicho, de ciúme,
vocês me entendem, ele entendeu.

Passei o dia bebendo
e ele ali no costado
me olhando de atravessado,
esperando por comida.

Nesse tempo era magrinho
que aparecia as costela.
Depois pegou mais estado
mas nunca foi de engordá.

Quando veio meu guisado,
dei quase tudo prá ele.
Um pouco, por pena dele,
e outro, que nesse dia,
só bebida eu engolia
por causa dos pensamento.

Já pela entrada do sol,
ainda pensando na moça
e nas miséria da vida,
toquei de volta prás casa
e vi que o cusco magrinho
vinha troteando pertinho,
com um jeito encabulado.

Volta prá casa, guaipeca!
Ralhei e ralhei com ele.
Parava um puco, fugia,
farejava qualquer coisa,
depois voltava prá mim.
O capataz não gostou,
na estância só tinha galgo,
mas o guaipeca ficou.

Botei o nome de sorro,
as crianças, de brinquinho,
mas o nome que pegou
foi de guaipeca amarelo.

Mas nome não é o que importa.
Bicho não tem alma, eu sei bem.
Mas será que vivente tem?

Ficou seis anos na estância.
Lidava com gado e ovelha
sempre atento e voluntário.
Se um boi ganhava no mato,
o guaipeca só voltava
depois de tirá prá fora.

E nunca mordeu ninguém!
Nem as índia da cozinha
que inticava com ele.
Nem ovelha, nem galinha,
nem quero-quero, avestruz.
Com lagarto, era o primeiro
e mesmo piquininho
corria mais do que um pardo.

E tudo ia tão bem...
Até que um dia azarado
o patrãozinho noivou
e trouxe a noiva prá estância.

Era no mês de janeiro,
os patrão tava na praia,
e veio um mundo de gente,
tudo em roupa diferente,
até colar, home usava,
e as moça meio pelada,
sem sê na hora do banho,
imagino lá no arroio,
o retoço da moçada.

Mas bueno, sou doutro tempo,
das trança e saia rodada,
até aí não tem nada,
que a gente respeita os branco,
olha e finge que não vê.
O pior foi o meu cusco,
que não entendeu, por bicho,
a distância que separa
um guaipeca de peão
da cachorrinha mimosa
da noiva do meu patrão.

Era quase de brinquedo
a cachorrinha da moça.
Baixinha, reboladera,
pêlo comprido e tratado,
andava só na coleira
e tinha medo de tudo,
por qualquer coisa acoava.

Meu cusco perdeu o entono
quando viu a cachorrinha.
E les juro que a bichinha
também gostou do meu baio.
Mas namoro, só de longe
que a cusca era mais cuidada
que touro de exposição.

Mas numa noite de lua,
foi mais forte a natureza.
A cadela tava alçada
e o guaipeca atrás dela
entrou por uma janela
e foi uma gritaria
quando encontraram os dois.

Achei graça na aventura,
até que chegou o mocito,
o filho do meu patrão,
e disse prá o Vitalício
que tinha fama de ruim:
Benefecia o guaipeca
prá que respeite as família!
Parecia até uma filha
que o cusco tinha abusado.

Perdão, le disse, o coitado
não entende dessas coisa.
Deixe qu'eu leve prá o posto
do fundo, com meu cumpadre,
depois que passá o verão.
Capa o cusco, Vitalício!
E tu, pega os teus pertence
e vai buscá teu cavalo.

Me deu uma raiva por dentro
de sê assim despachado
por um piazito mijado
e ainda usando colar.
Mas prometi aqui prá dentro:
mesmo filho do patrão,
no meu cusco ninguém toca.
Pego ele, vou m'embora
e acabou-se a função.

Que diacho! Eu gostava do meu cusco.
Bicho não tem alma, eu sei bem.
Mas será que vivente tem?

Campiei ele no galpão,
nos brete, pelas mangueira
e nada do desgraçado.
No fim, já meio cansado,
peguei o ruano velho
e fui buscá o meu cavalo.

Com o tordilho por diante,
vinha pensando na vida.
Posso entrá numa comparsa,
mesmo no fim das esquila.
Depois ajeito os apero
e busco colocação,
nem que seja de caseiro,
se nã me ajustam de peão.
E levo o cusco comigo
pois foi o único amigo
que nunca negou a mão.

Nisso, ouvi a gritaria
e os ganido do meu cusco
que era um grito de susto,
de medo, um grito de horror.
Toquei a espora no ruano
mas era tarde demais.
Tinham feito a judiaria
e o pobrezinho sangrava,
sangrava de fazê poça
e já chorava fraquinho.

Peguei o cusco no colo
e apertei o coração.
O sangue tava fugindo,
não tinha mais esperança.
O cusco foi se finando
e os meus olho chorando,
chorando como criança.

Que diacho! Eu gostava do meu cusco.
Bicho não tem alma, eu sei bem.
Mas será que vivente tem?

Nessa hora desgraçada
o tal mocito voltou
prá sabê pelo serviço.
Botei o cusco no chão,
passei a mão no facão
e dei uns grito com ele,
com ele e com o Vitalício!

Ele puxô do revólver
mas tava perto demais.
Antes que a bala saísse,
cortei ele prá matá.
Foi assim, bem direitinho.
Não tô aqui prá menti.
É verdade qu'eu fugi
mas depois me apresentei.
Me julgaram e condenaram
mas o pior que assassino,
foi dizerem que o motivo
era pouco prá o que fiz...

Que diacho! Eu gostava do meu cusco.
Bicho não tem alma, eu sei bem.
Mas será que vivente tem?

Autoria: Alcy Cheuichegentileza de Daniel Cassol

sábado, 4 de julho de 2009

Frases de Impacto de Albert Einstein

A imaginação é mais importante que o conhecimento.

A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.

O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade.

O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

Os ideais que iluminaram o meu caminho são a bondade, a beleza e a verdade.

Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada.

Tudo deveria se tornar o mais simples possível, mas não simplificado.

Nenhum homem realmente produtivo pensa como se estivesse escrevendo uma dissertação.

Deus não joga aos dados.

Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta.

A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.

O homem erudito é um descobridor de fatos que já existem - mas o homem sábio é um criador de valores que não existem e que ele faz existir.

Não tentes ser bem sucedido, tenta antes ser um homem de valor.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

DESABAFOS DE UM BOM MARIDO

Minha esposa e eu temos o segredo pra fazer um casamento durar: Duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida, e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras, e eu às quintas. Nós também dormimos em camas separadas. A dela é em Fortaleza e a minha em São Paulo. Eu levo minha esposa a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta. Perguntei a ela onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento. 'Em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo!' ela disse. Então eu sugeri a cozinha. Nós sempre andamos de mãos dadas. Se eu soltar, ela vai às compras. Ela tem um liquidificador elétrico, uma torradeira elétrica, e uma máquina de fazer pão elétrica. Então ela disse: 'Nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar'. Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica. Lembrem-se... O casamento é a causa número 1 para o divórcio. Estatisticamente, 100 % dos divórcios começam com o casamento. Eu me casei com a 'Sra. Certa'. Só não sabia que o primeiro nome dela era 'Sempre'. Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la. Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha. Ela perguntou: 'O que tem na TV?' E eu disse 'Poeira'. No começo Deus criou o mundo e descansou. Então, Ele criou o homem e descansou. Depois, criou a mulher. Desde então, nem Deus, nem o homem, nem m undo tiveram mais descanso. 'Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre me dando a entender que eu devia consertá-lo. Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para cuidar antes, o caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma coisa mais importante para mim. Finalmente ela pensou num jeito esperto de me convencer. Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama alta, ocupada em podá-la com uma tesourinha de costura. Eu olhei em silêncio por um tempo, me emocionei bastante e depois entrei em casa. Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dentes e lhe entreguei. '- Quando você terminar de cortar a grama,' eu disse, 'você pode também varrer a calçada.' Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida'. 'O casamento é uma relação entre duas pessoas na qual uma está sempre certa e a outra é o marido...'
Autor: Luís Fernando Veríssimo

quinta-feira, 14 de maio de 2009

INJUSTIÇAS NA LÍNGUA PORTUGUESA

A Sociedade Feminina Brasileira se queixa do tratamento machista existente na gramática portuguesa, e com razão. Veja alguns exemplos:

Cão = melhor amigo do homem
Cadela = puta

Vagabundo = homem que não faz nada
Vagabunda = puta

Touro = homem forte
Vaca = puta

Pistoleiro = homem que mata pessoas
Pistoleira = puta

Aventureiro = homem que arrisca, desbravador
Aventureira = puta

Garoto de rua = menino pobre, que vive na rua
Garota de rua = puta

Homem da vida = homem letrado pela sabedoria
Mulher da vida = puta

O galinha = o “bonzão”, que traça todas
A galinha = a puta

Tiozinho = irmão mais novo do pai
Tiazinha = puta

Feiticeiro = conhecedor de alquimias
Feiticeira = puta

Roberto Jefferson, Maluf, Renan Calheiros = políticos
A mãe deles = puta

E para finalizar...

Puto = nervoso, irritado, bravo
Puta = puta

Depois de ler tudo isso:
Homem: dará risada
Mulher: ficará puta
(no bom sentido)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

GUERRA DOS SEXOS !!!!!!!

MULHERES - Dirigimos melhor…
RESPOSTA DOS HOMENS - Melhor que cegos!

MULHERES - Não ficamos carecas…
RESPOSTA DOS HOMENS - Se cabelo fosse bom não nascia embaixo do braço.

MULHERES - Temos um dia internacional…
RESPOSTA DOS HOMENS - Os outros 364 são nossos!

MULHERES - Temos prioridade em botes salva-vidas…
RESPOSTA DOS HOMENS - Nós sabemos nadar!

MULHERES - Uma greve de sexo consegue qualquer coisa…
RESPOSTA DOS HOMENS - Inclusive um chifre!

MULHERES - A programacão da TV é 90% voltada pra nós…
RESPOSTA DOS HOMENS - Nós temos DVD!

MULHERES - Somos os primeiros reféns a serem libertos…
RESPOSTA DOS HOMENS - Porque nem sequestradores aguentam vocês!

MULHERES - A idade não atrapalha nosso desempenho sexual…
RESPOSTA DOS HOMENS - Mas atrapalha pra arrumar parceiro sexual!

MULHERES - Somos nós que somos carregadas na noite de núpcias…
RESPOSTA DOS HOMENS - Caso contrário vocês podem se perder!

MULHERES - Se somos traídas, somos vítimas; se traímos, eles são cornos…
RESPOSTA DOS HOMENS - Se somos traídos elas são putas, se traímos somos garanhões!

MULHERES - Somos capazes de prestar atenção a várias coisas ao mesmo tempo…
RESPOSTA DOS HOMENS - Mas incapazes de executar ao menos uma de cada vez!

MULHERES - 98% da indústria de cosméticos e 89% da indústria da moda são voltadas pra nós…
RESPOSTA DOS HOMENS - 98% da indústria de cerveja e 89% da indústria automobilística são voltadas para nós!

MULHERES - 99% dos homens não cuida da aparência pessoal…
RESPOSTA DOS HOMENS - 99% da beleza feminina sai com água e sabão!

MULHERES - Não nos desesperamos em frente a um campo de grama com 1 bola e 22 mulheres…
RESPOSTA DOS HOMENS - Nós não nos desesperamos frente ao pedal da embreagem!

MULHERES - Fazemos tudo o que um homem faz, e de salto alto!…
RESPOSTA DOS HOMENS - Quero ver mijar em pé!

MULHERES - Podemos dormir com nossas amigas sem sermos chamadas de lésbicas…
RESPOSTA DOS HOMENS - Podemos dormir com suas amigas que elas não contam pra vocês!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Porque Temos o Dever de Ouvir as Partes!

Seu Zé, mineirinho, pensou bem e decidiu que os ferimentos que sofreu num acidente de trânsito eram sérios o suficiente para levar o dono do outro carro ao tribunal. No tribunal, o advogado do réu começou a> inquirir seu Zé:

- O Senhor não disse na hora do acidente 'Estou ótimo'?

E seu Zé responde:

- Bão, vô ti contá o que aconteceu. Eu tinha acabado di colocá minha mula favorita na caminhonete...

- Eu não pedi detalhes! - interrompeu o advogado. - Só responda à pergunta: O Senhor não disse na cena do acidente: 'Estou ótimo'?

- Bão, eu coloquei a mula na caminhonete e tava descendo a rodovia...

O advogado interrompe novamente e diz:

- Meritíssimo, estou tentando estabelecer os fatos aqui. Na cena do acidente este homem disse ao patrulheiro rodoviário que estava bem. Agora, várias semanas após o acidente ele está tentando processar meu cliente, e isso é uma fraude. Por favor, poderia dizer a ele que simplesmente responda à pergunta.

Mas, a essa altura, o Juiz estava muito interessado na resposta de seu Zé e disse ao advogado:

- Eu gostaria de ouvir o que ele tem a dizer.
Seu Zé agradeceu ao Juiz e prosseguiu:

- Como eu tava dizendo, coloquei a mula na caminhonete e tava descendo a Rodovia quando uma picape travessô o sinal vermeio e bateu na minha Caminhonete bem du lado. Eu fui lançado fora do carro prum lado da rodovia e a mula foi lançada pro outro lado. Eu tava muito ferido e não podia me movê. Mais eu podia ouvir a mula zurrano e grunhino e, pelo baruio, percebi que o estado dela era muito feio. Em seguida o patrulheiro rodoviário chegou. Ele ouviu a mula gritano e zurrano e foi até onde ela tava. Depois de dá uma oiada nela, ele pegou o revorve e atirou 3 vezes bem no meio dos ôio dela. Depois ele travessô a estrada com a arma na mão, oiô para mim e disse:

- Sua mula estava muito mal e eu tive que atirar nela. E, como o> senhor está se sentindo?

- Aí eu pensei bem e falei: ... Tô ótimo!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Espírito Gaúcho

O gaúcho andava a cavalo pelas florestas africanas, quando, de repente, entra numa clareira e se depara com um enorme leão.
O cavalo do gaudério se assusta com a presença do enorme felino e começa a refugar, até que dá uma empinada derrubando o gaúcho no chão e em seguida foge em disparada deixando o bagual sozinho atirado.
O gaúcho começa a se levantar devagarito, e vê que o bixano vem lentamente em sua direção. Então, antes de agir, faz uma pequena oração:
"Deus, se o senhor tá torcendo por mim, faça com que eu puxe agora essa minha adaga da bota, atire-a em direção ao leão de maneira certeira, fazendo com que atinja o meio da cabeça dele e seja mortal.
Mas se o senhor tiver torcendo pelo leão, faça com que eu erre o lançamento da adaga, e que o bixo dê um pulo certeiro pra cima de mim, mordendo diretamente minha jugular, e que eu morra na hora, sem sofrimento, nem dor.
Agora, Deus, se o senhor não tiver torcendo pra ninguém... Então senta ali naquela pedra, e assista uma das maiores peleias que já se sucederam por
essas bandas!"
ESSE É O ESPÍRITO GAÚCHO !!!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Porque os Padres Não Casam

Muitas vezes na campanha,
Eu ouvi da gauchada
Esta pergunta curiosa,
Caborteira, enluarada:
Mas porque os padres não casam?
Não tem mulher? Filharada?

Esta pergunta merece
Uma resposta completa
Que enfrene a curiosidade
Num galope cancha reta.
Pois vou responder em versos,
Sem pretensão de ser poeta

Se o padre não se acolhera,
(é solterito no más)
Não é por ter aversão
Ao prazer que a vida trás,
Ou por pensar que as mulheres
São crias do satanás.

O sacerdote não sofre
Nenhuma anormalidade,
Não é por ser "inocente"
Que ele abraça a castidade;
O padre é um homem completo,
BEM HOMEM, barbaridade!...

Nem Cristo, eterno tropeiro.
Proibiu esposa aos padres:
São Pedro seu capataz,
Pois tinha sogra e comadres...
Até hoje, lá no Oriente,
Inda se casam os frades.

A lei do padre solteiro
Veio do Papa somente
Exigindo o celibato
Para o clero do Ocidente
E por razões bombachudas,
De fato é mais conveniente:

A família é uma paróquia
Que exige amor e atenções,
Exige o tempo do esposo
E o padre se vê aos tirões.
Pra ter família e paróquia
Só tendo dois corações.

Se o padre atende a família
Deixa a paróquia de lado.
Não pode estar sempre as ordens
Nem pronto a qualquer chamado:
Um dia a mulher faz anos...
No outro, é um filho pesteado...

E se a família do Padre
Rebenta o freio e bucal?
Um filho sai calaveira?
A mulher perde a moral?
Ou a filhinha do Padre
Foge com um lindo bagual?...

Admito que no futuro
Se ordene homens casados
Que dediquem certo tempo
Para o trabalho sagrado
Enquanto o padre solteiro
Dê o tempo integralizado

Se o povo truca e retruca
Sustentar padre solteiro,
Gritaria vale quatro
Contra as despezas, parceiro,
Dos filhos, mulher e netos
Escola, fogão, roupeiro...

Mais as receitas do médico,
Festança, jóias, retovo,
Casamentos, aniversários,
Viagens, brindes do ano novo...
Se a mulher do padre é fina,
Adeus guaiaca do povo...

O padre é um baú repleto
De problemas (coisa louca!...)
O povo, na confissão,
Despeja tudo em voz rouca,
Pois tem certeza que o padre
Bota cadeado na boca.

E o Padre "flocha" omatambre,
Mas não destampa um segredo,
Mas ele tendo mulher,
Já deixa o povo com medo.
Não foi assim que Dalila
Colocou Sansão no enredo?...

Um outro "baita" motivo
Do padre viver solito,
É que ele tem alma grande,
Suspira pelo infinito,
Não pode se contentar
Com a mulher e um ranchito

Coração sacerdotal
Não tem fronteira no amor,
Não tem cerca nem mangueira,
É campo sem corredor.
Ama a Deus e o mundo inteiro,
Ama o santo e o pecador.

Ama a criança, ama o velho,
O peão e seu senhor;
Ama o feio, ama o bonito,
Não despreza raça ou cor;
Ama os homens e as mulheres
Num único e santo amor.

Ama pois o mundo inteiro
Com ternura paternal.
Não tem exclusividade,
Não se amarra a um ser mortal,
Para se dar de corpo e alma
Neste amor universal.

Padre não é mais dono
De seu próprio coração
Renuncia ao matrimônio,
Mas por livre decisão,
Para se dar totalmente
A Deus, eterno patrão.

Se esta tropa de razões,
Parceiro, não lhe bastou,
Respondo mais um brazino
Que do lote se apartou:
é bom que o padre não case:

JESUS TAMBÉM NÃO CASOU.

Padre Paulo Aripe ("Potrilho")

segunda-feira, 6 de abril de 2009

As Mentiras mais contadas.......

RANKING DAS MENTIRAS MAIS CONTADAS

1) BÊBADO: - Sei perfeitamente o que estou dizendo.
2) AMBULANTE: - Qualquer coisa, volta aqui que a gente troca.
3) ANFITRIÃO: - Já vai? Ainda é cedo!
4) ANIVERSARIANTE: - Presente? Sua presença é mais importante...
5) ADVOGADO: - Esse processo é rápido.
6) CASAL SEM FILHOS: - Visite-nos sempre; adoramos suas crianças.
7) CORRETOR DE IMÓVEIS: - Em 6 meses colocarão: água, luz e telefone.
8)DELEGADO: - Tomaremos providências.
9) DENTISTA: - Não vai doer nada.
10) DESILUDIDA: - Não quero mais saber de homem.
11) DEVEDOR: - Amanhã, sem falta!
12) ENCANADOR: - É muita pressão que vem da rua..
13) FILHA DE 17 ANOS: - Dormi na casa de uma colega..
14) FILHO DE 18 ANOS: - Antes das 11 estarei de volta.
15) GERENTE DE BANCO: - Trabalhamos com as taxas mais baixas do mercado.
16) INIMIGO DO MORTO: - Era um bom sujeito.
17) JOGADOR DE FUTEBOL: - Vamos continuar trabalhando e forte.
18) LADRÃO: - Isso aqui foi um homem que me deu.
19) MECÂNICO: - É o carburador.
20) MUAMBEIRO: - Tem garantia de fábrica.
21) NAMORADA: - Pra dizer a verdade, nem beijar eu sei...
22) NAMORADO: - Você foi a única mulher que eu realmente amei...
23) NOIVO: - Casaremos o mais breve possível!
24) ORADOR: - Apenas duas palavras...
25) POBRE: - Se eu fosse milionário espalhava dinheiro pra todo mundo..
26) RECÉM-CASADO: - Até que a morte nos separe.
27) SAPATEIRO: - Depois alarga no pé.
28) SOGRA: - Em briga de marido e mulher não me meto.
29) VAGABUNDO: - Há 10 anos que procuro trabalho mas não encontro.
30) VICIADO: - Essa vai ser a última.
31) VICIADO PEGO NO FLAGRA: - Estava só segurando pra um amigo...
32) EU: - Esta é a última postagem...

sábado, 4 de abril de 2009

Bochincho

A um bochincho - certa feita,
Fui chegando - de curioso,
Que o vicio - é que nem sarnoso,
nunca pára - nem se ajeita.
Baile de gente direita
Vi, de pronto, que não era,
Na noite de primavera
Gaguejava a voz dum tango
E eu sou louco por fandango
Que nem pinto por quireral.

Atei meu zaino - longito,
Num galho de guamirim,
Desde guri fui assim,
Não brinco nem facilito.
Em bruxas não acredito
'Pero - que las, las hay',
Sou da costa do Uruguai,
Meu velho pago querido
E por andar desprevenido
Há tanto guri sem pai.

No rancho de santa-fé,
De pau-a-pique barreado,
Num trancão de convidado
Me entreverei no banzé.
Chinaredo à bola-pé,
No ambiente fumacento,
Um candieiro, bem no centro,
Num lusco-fusco de aurora,
Pra quem chegava de fora
Pouco enxergava ali dentro!

Dei de mão numa tiangaça
Que me cruzou no costado
E já sai entreverado
Entre a poeira e a fumaça,
Oigalé china lindaça,
Morena de toda a crina,
Dessas da venta brasina,
Com cheiro de lechiguana
Que quando ergue uma pestana
Até a noite se ilumina.

Misto de diaba e de santa,
Com ares de quem é dona
E um gosto de temporona
Que traz água na garganta.
Eu me grudei na percanta
O mesmo que um carrapato
E o gaiteiro era um mulato
Que até dormindo tocava
E a gaita choramingava
Como namoro de gato!

A gaita velha gemia,
Ás vezes quase parava,
De repente se acordava
E num vanerão se perdia
E eu - contra a pele macia
Daquele corpo moreno,
Sentia o mundo pequeno,
Bombeando cheio de enlevo
Dois olhos - flores de trevo
Com respingos de sereno!

Mas o que é bom se termina
- Cumpriu-se o velho ditado,
Eu que dançava, embalado,
Nos braços doces da china
Escutei - de relancina,
Uma espécie de relincho,
Era o dono do bochincho,
Meio oitavado num canto,
Que me olhava - com espanto,
Mais sério do que um capincho!

E foi ele que se veio,
Pois era dele a pinguancha,
Bufando e abrindo cancha
Como dono de rodeio.
Quis me partir pelo meio
Num talonaço de adaga
Que - se me pega - me estraga,
Chegou levantar um cisco,
Mas não é a toa - chomisco!
Que sou de São Luiz Gonzaga!

Meio na volta do braço
Consegui tirar o talho
E quase que me atrapalho
Porque havia pouco espaço,
Mas senti o calor do aço
E o calor do aço arde,
Me levantei - sem alarde,
Por causa do desaforo
E soltei meu marca touro
Num medonho buenas-tarde!

Tenho visto coisa feia,
Tenho visto judiaria,
Mas ainda hoje me arrepia
Lembrar aquela peleia,
Talvez quem ouça - não creia,
Mas vi brotar no pescoço,
Do índio do berro grosso
Como uma cinta vermelha
E desde o beiço até a orelha
Ficou relampeando o osso!

O índio era um índio touro,
Mas até touro se ajoelha,
Cortado do beiço a orelha
Amontoou-se como um couro
E aquilo foi um estouro,
Daqueles que dava medo,
Espantou-se o chinaredo
E amigos - foi uma zoada,
Parecia até uma eguada
Disparando num varzedo!

Não há quem pinte o retrato
Dum bochincho - quando estoura,
Tinidos de adaga - espora
E gritos de desacato.
Berros de quarenta e quatro
De cada canto da sala
E a velha gaita baguala
Num vanerão pacholento,
Fazendo acompanhamento
Do turumbamba de bala!

É china que se escabela,
Redemoinhando na porta
E chiru da guampa torta
Que vem direito à janela,
Gritando - de toda guela,
Num berreiro alucinante,
Índio que não se garante,
Vendo sangue - se apavora
E se manda - campo fora,
Levando tudo por diante!

Sou crente na divindade,
Morro quando Deus quiser,
Mas amigos - se eu disser,
Até periga a verdade,
Naquela barbaridade,
De chínaredo fugindo,
De grito e bala zunindo,
O gaiteiro - alheio a tudo,
Tocava um xote clinudo,
Já quase meio dormindo!

E a coisa ia indo assim,
Balanceei a situação,
- Já quase sem munição,
Todos atirando em mim.
Qual ia ser o meu fim,
Me dei conta - de repente,
Não vou ficar pra semente,
Mas gosto de andar no mundo,
Me esperavam na do fundo,
Saí na Porta da frente...

E dali ganhei o mato,
Abaixo de tiroteio
E inda escutava o floreio
Da cordeona do mulato
E, pra encurtar o relato,
Me bandeei pra o outro lado,
Cruzei o Uruguai, a nado,
Que o meu zaino era um capincho
E a história desse bochincho
Faz parte do meu passado!

E a china - essa pergunta me é feita
A cada vez que declamo
É uma coisa que reclamo
Porque não acho direita
Considero uma desfeita
Que compreender não consigo,
Eu, no medonho perigo
Duma situação brasina
Todos perguntam da china
E ninguém se importa comigo!

E a china - eu nunca mais vi
No meu gauderiar andejo,
Somente em sonhos a vejo
Em bárbaro frenesi.
Talvez ande - por aí,
No rodeio das alçadas,
Ou - talvez - nas madrugadas,
Seja uma estrela chirua
Dessas - que se banha nua
No espelho das aguadas!

Autoria: Jayme Caetano Braun

Sem Diploma

Bendito aquele que estuda
porque estudar é importante,
embora o ignorante
tem sempre um santo que ajuda,
às vezes a sorte muda,
quando existe um santo forte,
cada qual procura um norte,
por isso não encabulo
- que a tava que bota culo
é a mesma que bota sorte!

Meu tetravô foi fronteiro,
meu bisavô domador,
o meu avô - alambrador
e o meu pai foi carreteiro;
a mim não sobrou dinheiro
pra cursar a faculdade,
mas tive a felicidade
graças ao nosso senhor
e me tornei payador
pra guardar a identidade!

O estudo é muito bonito
e até muito necessário,
mas este cantor primário,
cruzando o pago infinito,
continua - a trotezito,
mesmo sem ser diplomado
e me sinto conformado,
o que é meu - ninguém me toma,
pois duvido que um diploma
torne um burro advogado!

Como é lindo colar grau
num salão de faculdade,
embora essa qualidade
não transforme o bom em mau,
o Jayme Caetano Braun,
dessa linha não se afasta,
a inspiração não se gasta
nem me torna mais cruel,
eu conquistei um anel
o de gaúcho - e me basta!

Autoria: Jayme Caetano Braun